Canário-da-terra-verdadeiro

(Macho)

(Fêmea)

Canário-da-terra-verdadeiro (Sicalis flaveola - 13 cm)

Quando vejo um passarinho carregando no bico algum raminho, procuro logo ver onde ele está construindo o seu ninho. Nesse caso, dizer construindo é um exagero, porque a casa já estava pronta. O casal de canários havia escolhido uma casa de joão-de-barro, cujos proprietários já a haviam abandonado. Uma escolha excelente, porque o joão-de-barro é um ótimo construtor, sua casa é sólida e resiste muito bem ao mau tempo. Além disso, dá para dizer que é um imóvel semi-novo, pois o joão-de-barro só o utiliza por uma única temporada. Faltando só a mobília, ficou fácil. O casal de canários se revezava sem parar, levando para a casinha todo o tipo de forração, galhinhos, folhinhas, capim, etc. De repente, chegaram outros canários fazendo a maior algazarra. Foi um momento tenso, mas após alguns xingamentos e penas arrepiadas, foram expulsos os arruaceiros. Tudo em paz, o casal pôde voltar a “trabalhar na mobília da casa”. Que sejam muito felizes e tenham lindos filhotinhos! (Ana)

Peitica

Peitica (Empidonomus varius – 18 cm)

Domingo passado, depois de muita chuva, e já que o sol tinha resolvido aparecer, eu e o Sílvio fomos ao Jardim Botânico para aproveitar o finalzinho do dia. Em geral, quando nós saímos somente à tarde, eu fico um pouco desanimada, porque as aves são mais facilmente encontradas na parte da manhã. Mesmo assim acabei por avistar um pássaro que eu só havia visto no fôlder do Jardim Botânico. Essa ave é conhecida popularmente pelo nome de Peitica. De acordo com as informações que localizei no livro Aves da Grande São Paulo e pela internet, no site http://www.avespantanal.com.br/paginas/216.htm, ela é muito confundida com o bem-te-vi-pirata e o bem-te-vi-rajado, sendo diferenciada pela sua cor marrom avermelhada da parte superior da cauda. Alimenta-se de insetos caçados em vôo e de frutinhas. É uma ave que migra nos meses mais quentes do ano para as regiões mais ao sul para se reproduzir, retornando para o norte a partir de março. Achei muito lindo esse bichinho com sua plumagem toda rajada. Vou ficar atenta para poder observá-lo mais vezes. (Ana)

Tico-tico

Tico-tico (Zonotrichia capensis – 15 cm)

O tico-tico é um passarinho muito popular no Brasil, pode ser encontrado praticamente em todas as regiões e em qualquer época do ano. Em seu livro, Pássaros do Brasil, Eurico Santos diz que em geral os grupos vivem na boa paz, mas quando chega a época de escolher a esposa, “cada tico-tico transforma-se num desordeiro; rebentam rixas, de instante a instante, e os valentões, atracados, rebolam do cimo das árvores ao chão, empenhados em luta corporal. Passada a grande crise dos amores, vêm as preocupações da família e aqueles bravos de outrora transformam-se em criaturinhas pacíficas, entregues de todo à criação e educação dos filhos.” Os ninhos são construídos em árvores, arbustos ou até mesmo no chão, escondidos entre moitas e capim. Normalmente as posturas são de 3 ovos, os quais são incubados por uns 12 dias. Após o nascimento, em aproximadamente 15 dias, os filhotes já estão emplumados e prontos para cuidar da própria vida. Os ninhos do tico-tico são os preferidos do vira-bosta (Molothrus bonariensis). O vira-bosta é uma espécie parasita que não cuida de seus filhotes, pondo seus ovos nos ninhos de outros pássaros. Lembro-me de uma vez que eu e o Sílvio ficamos impressionados ao vermos um tico-tico alimentando um filhote de vira-bosta muito maior do que ele. O pobre do tico-tico, incansável, ia e vinha procurando alimento para dar ao enorme filhote, que reclamava sem parar. Mas isso é a natureza. O canto do tico-tico é muito simples, formado por 4 ou 5 assobios muito melodiosos. Gosto muito de ouvir esse passarinho. Dá para ter uma vaga idéia do canto desse passarinho no site http://www.aves.brasil.nom.br/servlet/searchSoundsByCommonName?nextPage=%2Fframe.jsp&pageToShow=%2Fjsp%2Fcommon%2Fdisplay%2FdoShowDataByCommonName.jsp&doAction=&id=2583&text=.
O melhor é ir até o Jardim Botânico e sentar num dos bancos embaixo do caramanchão junto ao orquidário. Logo um tico-tico deve aparecer e cantar lindamente e, se dermos sorte, ele ainda vai ficar posando para fazermos algumas fotos (como essas que acabei de postar). (Ana)

Perguntas

Nesta época do ano, fica muito fácil achar o que fotografar. Ontem, quase sem sair do mesmo lugar no Jardim Botânico, fiz essas e muitas outras fotos. É uma pena que eu não saiba coisas interessantes para escrever sobre esses bichinhos. Só posso dizer que os acho bonitos. Mas ainda tenho esperança de que algum biólogo, vendo as fotos deste blog, nos honre escrevendo comentários. Eu, por outro lado, posso apenas continuar a fazer perguntas. Por exemplo: As antenas da libélula são assim tão pequenas porque ela só usa a visão? É uma visão muito desenvolvida? Quanto tempo vive uma aranha? O pernilongo amarelo é o mesmo que o de cor parda que estou acostumado a ver? E, se é o mesmo, por que ele mudou de cor? A joaninha está gorda porque está grávida?... (Sílvio)

Inocência

No dia 9 do corrente mês, no Jardim Botânico, tivemos (Ana e eu) o privilégio de ver os primeiros passos desse filhotinho de bem-te-vi. Nem sei o que dizer. Fiquei emocionado de poder chegar tão perto dele, mas temi por sua segurança. Por que ele não esperou mais um pouco para sair de casa, como parece que seus irmãos fizeram? Isso prova que ele não nasce sabendo tudo, não sabe dos perigos do mundo, não conhece o ser humano. (Sílvio)

Cambacica

Cambacica (Coereba flaveola – 11 cm)

A cambacica é um passarinho bastante ativo e sempre que houver alguma flor suculenta por perto lá está ela sugando o seu néctar. Quando não alcança o néctar pela frente da flor, ela faz um furinho na base e suga por ali. Também gosta muito de visitar os bebedouros destinados a beija-flores. Muitas vezes é vista fazendo malabarismos de cabeça para baixo a fim de chegar ao alimento. Esse passarinho constrói dois tipos de ninhos: um de formato esférico, paredes grossas e compactas, construído com esmero para criar os filhotes; outro para descanso, menor, achatado e de paredes frouxas. Há alguns anos, eu e o Sílvio observamos uma cambacica que fez um desses ninhos de descanso, num pinheirinho que estava em um vaso na entrada do prédio em que morávamos. Lembro também que uma colega de trabalho me contou que, logo após o café da manhã, enquanto a mesa ainda estava posta, ela deixava abertas as janelas do apartamento porque uma cambacica gostava de catar o açúcar que estivesse espalhado na toalha. Daí podemos ver que é um bichinho manso que já se acostumou com a proximidade das pessoas.

(Ana)

Pequeninos

É bastante difícil fotografar esses bichinhos, pois eles ficam geralmente em lugares escuros e temos que nos aproximar muito para fazer as fotos, produzindo mais sombras. A alternativa é utilizar um flash, mas o da máquina lança uma luz muito “dura” e frontal sobre eles, que ainda por cima são sempre muito brilhantes. Daí que, desta vez, tentei iluminá-los de uma forma mais suave. Usei uma armação de náilon na frente do flash da máquina para espalhar um pouco a luz: as fotos melhoraram um pouquinho, não é verdade?
Vejam o inseto da primeira foto. Ele abriu uma lata de tinta azul esverdeada que saltou na cara dele e respingou por todo o seu corpo. Parecido com um grilo, não acham? Mas fiquei apaixonado mesmo foi pela aranhazinha espiando para baixo na borda da folha da bromélia. Até postei uma foto a mais dela, para apreciarmos melhor sua beleza.
Ah, não desisti de fazer fotos em preto e branco (na verdade, gosto muito delas). Mas resolvi que fotos de bichinhos, em princípio, serão coloridas. Dá para entender por quê. (Sílvio)

Sabiá e Sanhaçu na Pitangueira

Sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris - 24 cm)

Sanhaçu-cinzento (Thraupis sayaca - 17 cm)

Uma árvore com frutinhas é sempre um convite aos passarinhos e às pessoas que gostam de observá-los. Fotografá-los é, às vezes, um pouco difícil: ora eles ficam atrás de galhos e folhas, ora eles são muito rápidos, etc. De qualquer forma, observar e tentar fotografar um pouco é sempre um divertimento garantido.

(Ana)